A Teia – Episódios 6 e 7

Aí que a pessoa aqui se atrapalhou toda e tinha certeza que não tínhamos tido episódio inédito no carnaval e depois teve que recuperar o que perdeu. Sorte pelos episódios inteiros disponíveis no site do canal e sorte que esses dois episódios juntos funcionaram que foi uma beleza.

Na verdade fica claro que a série entra em sua reta final: Macedo amarra pontas e já tem o nome que precisava. Foi absolutamente impossível não subir pelo sofá quando vemos Macedo tão próximo de Baroni naquele restaurante!

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Isso depois de passarmos por uma verdadeira montanha russa emocional pro conta de Baroni e Celeste, centro do sexto episódio da série.

Vimos bastante do passado de Baroni, que conheceu Celeste porque ela era a esposa de seu colega de cela, um “bandido pé rapado” de quem ele se aproximou só porque já estava de olho na garota. Confesso que cheguei a pensar que ele arrumaria um jeito de fazer com que Ney acabasse morto ainda na cadeia – e acho que ele se arrepende de não tê-lo feito.

De volta à sua cidade, Ninota quer ver o pai e, apesar de Celeste nunca aparecer para o encontro no zoológico, esta é a chave para que Macedo e Germano descubram sobre a quadrilha de Zés em Curitiba. Pelo encontro não acontecido e por um problema na rede elétrica que entrega aonde eles estão morando – entendo perfeitamente Celeste não considerar aquilo um lar.

Vimos também que Bola, o urso carregado por Ninota com o celular na barriga, foi obtido por Baroni num crime anterior com Oliveira em que ele matou um menino. A estratégia de nos mostrar esse lado mais frio de Baroni funcionou muito bem como preparação para o que vinha a seguir: crente de que Celeste o está traindo, Baroni não hesita em levá-la com a filha para um terreno escuro e matá-la, o que só não acontece por uma questão de segundos.

A diferença entre as duas situações é a forma como Baroni reage a cada uma delas: ordenado por Oliveira ele não tem problemas em matar o menino filho de um guarda, mas ainda assim carrega o urso como “lembrança”. Apaixonado por Celeste ele é só emoção, ele não a mata, mas continua dominado pelo ciúmes. Baroni não quer ser como o homem que ele chamava de pai, mas se aproxima cada vez mais dele.

E é evidente o efeito disso em Celeste: ela conversa com Suzane questionando porque ela continua ali, mas na verdade ela está perguntando a si mesma. Ela parece estar substituindo o amor por medo. Ela se sente ainda mais insegura, o que se reflete em sua tentativa de se parecer mais com a ex-esposa de Baroni. Ela quer se sentir mais merecedora de estar ao lado dele, mas isso deixa Baroni também mais inseguro.

Ele na verdade não entende o que está acontecendo, ela idem. O nervosismo dos dois é praticamente possível de ser tocado.

Essa tensão, esse nervosismo é que faz o sétimo episódio ter tanto sentindo: longe de planejar o crime perfeito que acredita estar planejando, Baroni desenha seu próprio fracasso.

Libânio e Taborda desembarcam em Curitiba e Macedo é novamente o cabeça da operação. Eles já tem os rostos que precisavam e sabem que eles planejam uma operação semelhante a de Brasília para os próximos dias.

A ação então dá lugar ao planejamento: Baroni e seu time querem realizar o crime que tenha maior retorno, Baroni querendo deixar para trás sua família e os sentimentos ruins associados à ela; Macedo e Germano precisam desenhar a coisa de tal forma que consigam pegá-los em ação para garantir recuperar o dinheiro perdido e o maior número de anos de cadeia para cada um dos envolvidos.

Quase um castelo de cartas. Muito de um jogo de xadrez.

P.S. A pontinha da família de Macedo foi ótima, praticamente um alívio em meio ao tanto de tensão que vivemos ao ver a polícia tão perto de Baroni e sua gangue.

P.S. do P.S. A trilha sonora continua perfeita.

P.S. do P.S. do P.S. Maior mérito da dupla de episódios: te deixar roendo unhas até a semana seguinte.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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