Bull: Dirty Little Secrets (1×22)

Como fazer o Bull ficar quieto? Ele mesmo ensina: um pedaço de silver tape. Agora já sabemos que, pressionado a fazer algo que não quer, Bull tende a fazer muitas brincadeiras duvidosas – seria herança de Tony Dinozzo?

E JP não demorou nada nada para cobrar a dívida? Será que ela fez de propósito? Escolheu um caso bem questionável para pedir ajuda ou foi simplesmente porque não conseguia dizer não ao seu cliente? Que ela não conseguiria resolver sem ele a gente sabe.

E que ela tem o apartamento dos sonhos não somente do Bull, mas meu também, agora a gente sabe também.

Direito a privacidade está realmente acima de qualquer coisa? Bem, Dirty Little Secrets  usou-a para fazer Bull trabalhar para alguém que ele não queria e também nos fazer pensar um pouquinho na questão – nada muito pesado, claro, apenas de forma superficial – quando colocar uma empresa de serviços de nuvem, um equivalente ao Google, de possa de informações que poderiam ajudar a polícia a descobrir quem teria colocado uma bomba em um restaurante.

E se a reflexão é superficial, assim também é o resultado: Bull e JP conseguiram garantir a vitória do cliente lembrando a todos do júri que temos segredos que não queremos mostrar para ninguém, mas acabaram encontrando no servidor o real motivo da tal bomba. A gente já sabia que o moço que tinha ganho cem milhões de dólares do dia para a noite tinha culpa no cartório, só não imaginava que ele queria apenas ganhar uma aposta.

A vida humana vale bem pouco para algumas pessoas, essa é uma verdade indiscutível.

Particularmente não gostei do Bull levantando a carta do “eu não sou advogado” para poder entregar o apostador: considerando que seus clientes precisam confiar nele e saberem que ele não sairá contando os segredos deles por aí depois que um caso se acaba, fazer isso me pareceu nada profissional.

Ah, e todo mundo fazendo intriga pela relação de Bull e JP? Bem, não acho que os roteiristas tenham colocado a questão do apartamento da JP ser aquele que Bull sonhava à toa, o que talvez signifique bye bye advogada do Texas, mas por enquanto ainda não consigo pensar nos dois como um casal.

P.S. Sim, tem horas que eu acho que o direito a privacidade é inviolável, mas tem horas que não. Acredito que se um de nós se visse em situação de salvar vidas, ou impedir mortes, mas ter seus segredos revelados pode tanto pender para um lado como para o outro, pouco importa o que defendia até a situação se apresentar.

P.S. do P.S. Bull não passou no exame para se tornar advogado. Por esta eu não esperava.

P.S. do P.S. do P.S. Um mundo em tudo o que você fez ficou registrado me parece um mundo bastante complicado. E injusto.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Mesmo que tenha sido “de leve” a questão sobre privacidade, pelo menos houve e podemos questionar, eu mesma fiquei tendendo para outro ou para outro, que temos alguns segredos que não precisamos revelar para continuar a vida isso é válido mas tem também a validade de se saber um possível crime é uma questão a se pensar também.

    Sempre vejo essa questão sobre privacidade nas séries americanas e me pergunto se na tv aberta isso é debatido nas novelas ? Seria interessante ter o povão brasileiro discutindo isso e outras questões, a minha impressão é que brasileiro só sabe comentar o que é desnecessário.

    Não shipper o Bull com ninguém até agora, não gostei de nenhuma das 3 que apareceram. E tivemos um pitada de Dinnozzo !

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    1. Cara Cleide, o povo brasileiro não se interessa por nada que seja realmente relevante e o melhor lugar para debates, em minha opinião, não é a novela ou a série de TV, pois as únicas coisas que importam para as emissoras, roteiristas, escritores e artistas é o oportunismo, que transforma tudo em modinha, e o IBOPE. Na verdade, o papel deles é este mesmo: entreter. E só. Quando eles resolvem abordar teams delicados, em seus programas, fica tudo muito pesado ou muito superficial, em cima do muro.

      Por exemplo, veja a mistureba midiática que a “autora” Glória Perez faz com assuntos espinhosos! No final de suas novelas, a Glória se perde com tanta “imaginação” e “debates” e acaba dando um desfecho ridículo para os seus personagens, ficando em cima da Muralha da China! Um cego, no meio de um tiroteio, conduziria melhor uma novela do que esta criatura. Nem todos são capazes de fazer uma obra-prima como Vale Tudo.

      Nas séries de TV americanas, desde de ontem, muitas coisas são supostamente discutidas, mas vendo a comunidade artística tão envolvida com o Partido Democrata e com política, que eu me pergunto: até que ponto os profissionais do entretenimento americano estão, realmente, preocupados com as questões que envolvem o povo americano? Será que eles são ativistas e filantropos, como eles dizem ser?

      Para mim, que estou desconfiada de tantas coisas que ocorrem, nos dias de hoje, existem palcos melhores e mais adequados para a educação, as questões sérias, a reflexão e os debates.

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      1. Acho que o problema não é falta de interesse não, a grande e triste verdade é que a população tem um nível de educação baixo (que interessa aos governantes) então o que a Gloria faz já é super importante. Podemos aqui na nossa bolha achar que a população tem acesso a TV paga, mas a grande verdade é que a maioria das TVs ainda estão ligadas nos canais abertos. Poxa, para mim já é puxado o valor da NET e eu temos uma renda maior que 90% da população. Isso mesmo e eu nem ganhou uma fortuna. Nosso país é absurdamente desigual.

        Lá nos EUA as coisas são muito diferentes, as pessoas tem orgulho de ter posição política, ricos e pobres fazem questão da ajudar o próximo. O nível médio de informação está anos luz distante dos nossos. E ainda que chame a atenção da gente o envolvimento da maior parte da classe artística com os Democratas, o que é normal já que é o partido mais liberal, existem canais tradicionais também. Na verdade, de novo ao contrário daqui, os canais também tem inclinação política e isso mostra maturidade deles ao encarar os assuntos. Newsroom mostrava isso muito bem.

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