Elementary: Render, and Then Seize Her e Henny Penny the Sky Is Falling (5×03 e 5×04)

Se eu adorei  centésimo episódio? Com certeza. Só que a exibição dupla fez com que Render, and The Seize Her acabasse apagado.

Não que a gente fosse lembrar dele por muito tempo: eu tinha certeza que a esposa estava fingindo o próprio sequestro logo nos primeiros cinco minutos do episódio. Posso ter errado o motivo, até porque eu nada sabia sobre o tal super sistema CGI que engana até olhos treinados como os de Sherlock (nem que seja pela visão periférica deles), mas eu tinha certeza da culpa.

Claro que fiquei meio balançada quando eles tiveram a ideia de que o CGI pudesse ter sido usado para disfarçar o corpo do sócio de Aaron e por um momento achei que eu estava errada… Mas Tico e Teco correram a desenhar um novo plano unindo os dois: o homem que perderia dinheiro por ter desenvolvido algo nas máquinas do estúdio e a esposa correndo para escapar do acordo pré-nupcial.

Só que algo fará sim com que a gente lembre do episódio: Sherlock e Paige. Um Sherlock que sempre “amaldiçoou” o casamento com toda a sua alma deu um empurrãozinho para que Gregson se casasse com a namorada. E não, não foi só para resolver a questão do plano de saúde que ela tanto precisava, você via ali um Sherlock acreditando no amor. Não que ele acredite nesse tipo de amor para ele, mas ele quer ver seu amigo feliz. E eu sempre gosto de ver esses pequenos lampejos de humanidade no personagem – pouco importa qual das versões dele eu esteja vendo – sempre acesos por conta de seus amigos.

E em Henny Penny the Sky Is Falling tivemos mais alguns, ainda que bem disfarçados pela “armadura” que o personagem sempre usa. Ou pelo discurso de que ele achava “merecer mais reconhecimento que os outros”.

Há muito anos, quando eu comecei a frequentar uma psicanalista, lembro dela ter me dito que não existe diferença entre o aluno que só tira zero e aquele que só tira dez, na verdade os dois se sente tão indignos de amor que querem passar despercebidos, o primeiro faz com que não se espere nada dele, o segundo faz com que ninguém se preocupe com ele.

Não preciso falar porque me lembrei disso enquanto Sherlock e Watson conversavam, não é verdade? Sherlock é um menino crescido inteligente demais, mas que ainda se sente indigno de ser amado – vamos combinar que o pai dele não ajudou nada ao longo da vida para que ele se sentisse diferente, não é verdade?

Falando sobre o crime da noite: o que foi o cara puxando aquele atiçador de lareira com o corpo pendurado do outro lado, gente? Foi impossível não rir e não se sentir culpado ao mesmo tempo.

Numa trama que foi de especulação no mercado financeiro, passou por traição no casamento e acabou em manipulação de dados sobre tamanhos de asteroides, é preciso reconhecer a criatividade dos roteiristas. E até mesmo valorizá-la: eu não conseguia saber de quem desconfiar.

Sim, rolou uma decepção por ter sido um “zé ninguém” em quem a gente não tinha prestado a mínima atenção até ali – eu não gosto quando tenho a sensação de que tiraram o culpado da manga enquanto nos distraíram com outras opções – mas eu realmente gostei dessa história toda de imaginar que tudo que acreditam sobre meteoritos e asteroides pode estar errado. Gostei e fiquei bem assustada.

Caso resolvido, Sherlock e Watson incluídos na homenagem com a medalha, nos restou uma cerimônia em que Gregson agradece a todos do departamento e em que podemos imaginar que são os produtores agradecendo a todo o time que faz a série. Eu também agradeço.

P.S. Eu ri tanto da caixa de anéis de diamantes do Sherlock e sua origem duvidosa! Que, por favor, a doença de Paige avance em passos bem-bem-bem lentos, tipo só quando a série estiver cancelada.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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