The Blacklist: Dr. Bogdan Krilov (No. 29) (4×19)

Antes mesmo de assistir a este episódio, no NOW, confesso que eu já pensava em começar dizendo aqui que mesmo o brilho do retorno da senhora Kaplan já acabou para mim. O cheiro de novidade com o episódio sobre o passado dela durou só mesmo naquele episódio e a esta altura do Campeonato o cansaço por uma temporada irregular volta facilmente.

Dr. Bogdan Krilov confirmou minha teoria, ainda que com uma cena final até mesmo poética, com Red naquele carro/trem sentado na palha acompanhado de uma família visivelmente pobre e em fuga, diz muito sobre o momento do nosso “herói”, também colocado antes quando ele diz que Kaplan está acendendo incêndio atrás de incêndio e que só vai sossegar quando ele tiver virado cinzas.

A questão é que, a esta altura, sabemos que em determinado ponto Red vai virar essa história e eu preferiria não ser submetida a muitos episódios de pega a pega já sabendo o final.

Mais: não quero ouvir sobre Liz não sabendo se confia ou não nele, se deve defende-lo ou encará-lo. Estou quase falando para a tela: cara, se você não confia nele, o entregue de uma vez para o agente da investigação ao lado e me deixa.

(Neste ponto não sei se minha irritação com a personagem não está sendo afetada pela briga salarial que ela anda travando lá nos EUA, querendo ganhar o mesmo que o Spader, dizendo que “sua personagem tem a mesma importância que a dele”. Menos Megan, menos.)

Não que confiar em Red seja fácil – eu mesma não coloco a mão no fogo pela afirmação dele que apenas mexeu com a memória da Liz há 25 anos, ainda que esteja inclinada a acreditar –, a questão é que, a esta altura, conhecendo o vilão que ele é, ou você está dentro, ou está fora.

Falando em vilão: confesso ter o coração parcialmente partido pela revelação de que sim, o jovem Red um dia quis ter um império do crime e por isso foi capaz de sequestrar o filho de um homem que queria como aliado. Na minha visão romântica ele era o homem que caiu no crime porque o amor e as mentiras não deixaram outro caminho e simplesmente foi bom demais nisso.

Bom, se tem algo que esta trama toda está fazendo é percebermos que nem sempre Red consegue estar uns passos à frente, sua maior conquista até hoje. E aí volto ao ponto da virada e até ganho um pouco de paciência para estes episódios até lá, porque Kaplan irá em contrapartida ganhando confiança e o tombo será maior.

Na verdade, ela está e não está, como o fato de Red ter um homem infiltrado na casa de Hans nos lembrou: ele pode não saber exatamente o que ela fará, mas também sabe onde seus maiores riscos moram.

Falando em riscos: toda essa história do Ressler foi apenas para que Krilov tivesse a chance de dizer à Liz sobre a experiência dois anos atrás? Porque Kaplan fazer isso simplesmente para derrubar Ressler e por consequência a força tarefa, ela teria ignorado que isso também derrubaria Liz e ainda não consigo imaginá-la ferindo a agente.

Agora, fazia tempo que uma música encaixava tão bem em um episódio da série e estou falando de uma série em que as escolhas de trilha são sempre acertadas. Só que ouvir Dream On no fechamento do episódio foi, desculpem o exagero, perfeito.

Músicas do Episódio

Dreamer – Roger Hodgson

Don Giovanni, K. 527, Act II: Don Giovanni – Renato Girolami, Bo Skovhus, Nicolaus Esterházi Sinfonia, Hungarian Radio Chorus, Janusz Monarcha e Michael Halász

Dream On – Aerosmith

P.S. Desculpem, mas foi forçar a barra toda essa coisa de Liz bad ass. Nada menos Liz.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta