Emmys 2016

Jimmy Kimmel nem de longe é um de meus jornalistas-comediantes favoritos e eu não esperava muito de sua apresentação dos Emmys 2016. E não tive muito. Na verdade olhei com surpresa para um ou outro tuite que aparecia em minha linha do tempo elogiando alguma de suas piadas de que não gostei – fiquei pensando se o problema sou eu, já que os elogios vieram, em verdade, para as piadas de que não gostei mesmo, como o momento em que Bill Cosby – atualmente sofrendo uma série de processos por ter drogado e abusado de garotas durante a fase de mais sucesso em sua carreira – foi anunciado como apresentador para em seguida Kimmel dizer que “apenas queria ver a reação de vocês” ou quando ele usou Maggie Smith, que enfrenta há anos uma batalha contra o câncer e não pode fazer viagens longas, como nome para uma nova regra que pularia para o próximo indicado caso o ganhador não estivesse presente.

O roteiro burocrático e sem graça acabou por destoar muito do que foi apresentado quando o assunto era os prêmios entregues: num movimento de renovação não foram poucas as surpresas da noite – e duvido que alguém tenha conseguido acertar 100% de seus palpites.

Comédia

O primeiro prêmio foi o de Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia e ele foi entregue para Louie Anderson pela desconhecida Baskets, desbancando Ty Burrell de Modern Family, dois atores de Veep e Tituss Burgess, o grande talento de Unbreakable Kimmy Schmidt.

Então Aziz Ansari e Alan Yang levaram o prêmio de Melhor Roteiro em Série de Comédia pelo episódio Parents de Master of None, de novo duas indicações para Veep em uma categoria sendo passadas para trás.

Kate McKinnon, de GhostBusters, acabou levando a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia por Saturday Night Live – a primeira de alguém do elenco do programa – e neste momento nenhum de nós sabia o que esperar e o Twitter foi invadido por comentários de surpresa e felicidade.

Mas foi quando Jill Soloway faturou  Melhor Direção em Série de Comédia pelo episódio por Man On The Land de Transparent que eu pensei: este vai ser o Emmy em que eu vou realmente comemorar os vencedores.

A veterana – acho que podemos chamar assim quando a pessoa sobe pelo quinto ano consecutivo ao palco para receber o mesmo prêmio – Julia Louis-Dreyfus  ficou com a estatueta de Melhor Atriz em Série de Comédia por Veep e em seu discurso lembrou que seu programa foi criado para fazer graça com absurdos na política mas que hoje ele está a ponto de se tornar um documentário e isso é assustador.

O tom político, em verdade, dominou boa parte dos discursos de agradecimento, que falaram sobre diversidade, inclusão e futuro.

Algo ainda mais significativo quando Jeffrey Tambor agradeceu seu prêmio de Melhor Ator em Série de Comédia por Transparent e, apesar do merecimento dele, a cada prêmio para série os comentários sobre a inadequação desta na categoria Comédia se repetem e eu devo dizer que concordo com eles.

 

Assim como não entendo como Tina Fey e Amy Poehler  podem ser tratadas como apenas uma pessoa e levar para casa a estatueta de Melhor Atriz Convidada em Série de Comédia . Além disso, eu estava de bico por Chistine Baranski não ganhar por The Big Bang Theory.

Girls levou uma única estatueta para a participação de Peter Scolari na categoria Melhor Ator Convidado em Série de Comédia.

Apesar de um desempenho inferior ao de anos anteriores, Veep ainda conseguiu a estatueta de Melhor Série de Comédia, fato bastante comemorado pela produção.

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Drama

Game Of Thrones dominou as categorias de Séries Dramáticas e três prêmios para casa, com isso ultrapassando Frasier, até então a série com maior número de estatuetas acumuladas.

A superprodução da HBO faturou Melhor Direção em Série Dramática para Miguel Sapochnik; Melhor Roteiro em Série Dramática para David Beniof e D.B. Weiss e a desejada estatueta de Melhor Série Dramática.

O último ano de Downton Abbey teve apenas um prêmio, novamente para Maggie Smith como Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática.

Bloodline foi a única produção Netflix a levar uma estatueta para casa, ainda que o serviço de streaming detivesse muitas indicações e algumas delas, como as de House Of Cards, fossem consideradas favoritas. Quem garantiu que a Netflix não saísse de mãos vazias foi Bem Mendelsohn como Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática – e, gente, ele é tão odioso desde a primeira aparição na série que é impossível alguém dizer que o prêmio não foi merecido.

Nas categorias de convidados em séries dramáticas os prêmios ficaram para Margo Martindale, por The Americans,  e Hank Azaria, por Ray Donovan.

Mas, sem sombra de dúvida, foram as categorias e Melhor Ator e Melhor Atriz que mais surpreenderam e mais alegram os fãs: Rami Malek levou a estatueta pelo papel de um infeliz hacker em Mr. Robot  e  Tatiana Maslany finalmente teve o reconhecimento merecido por seus múltiplos papéis em Orphan Black.

Minisséries e Filmes

E American Crime Story parece não ter marcado somente a mim em 2015 – ainda recentemente comentava com amigos que também escrevem sobre séries que ela tinha sido a grande novidade do ano, a única em verdade digna de destaque – e faturou quase todos os prêmios das categorias de Minisséries e Filmes Para TV.

A dramatização da história da acusação de OJ Simpson pelo assassinato de sua esposa levou para casa: Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie ou Filme Feito para TV para Sterling K. Brown (categoria na qual tinha 3 indicados); Melhor Atriz em Minissérie ou Filme Feito Para TV  para Sarah Paulson; Melhor Ator em Minissérie ou Filme Feito Para TV para  Courtney B. Vance; Melhor Roteiro em Minissérie; e o grande prêmio de Melhor Minissérie.

A categoria de Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV era a única em que minissérie não tinha indicações e quem levou o prêmio para casa foi Regina King por seu difícil trabalho em American Crime – sim, outra American Crime, aquela que eu sempre me interesso em ver, mas que não consigo passar do terceiro episódio porque durmo com tanta chatice, acontecido nas duas temporadas.

Já Melhor direção em Minissérie ou Filme Feito Para a TV ficou para Susanne Bier por The Night Manager.

A produção inglesa Sherlock: The Abominable Bride levou, merecidamente, a estatueta de Melhor filme feito para TV.

Outros prêmios

Melhor talk show e variedades: Last Week Tonight With John Oliver

Melhor reality show ou programa de competição The Voice

Melhor programa de esquete e variedades: Key & Peele

Melhor apresentador de reality show: RuPaul Charles – RuPaul’s Drag Race

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. nos palpites que dei consegui acertar 4, GOT para série drama / Veep para série comédia / Julia como atriz comédia e Tambor para ator comédia.

    mas vibrei com a Tatiana por enfim ser reconhecida, só entre nós a Furquim odiou o prêmio …. heheheheh

    o Rami faz um doidão esbugalhado hacker numa história pra lá de maluca, mas fico feliz pelo rapaz pois a disputa foi acirrada.

    sobre American Crime ainda acho chata, me perturba os closes infinitos mesmo quando os personagens dialogam só aparecendo um pois o outro só aparece de costas ou um perfil.

    American Crime Story me deixou com vontade de ver agora, vou correr atrás para ver.

    Agora a cerimônia teve por demais intervalos comerciais, foram muitos além da conta, eram tantos e com uma duração grande que eu conseguia mudar o canal e ver alguma coisa da cerimônia de encerramento da paraolimpíada.

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    1. Acertei esses quatro e mais os de American Crime Story. A Furquim não gosta dela? Ou da série? Nossa, foi tão merecido!!! Muito amor.

      Ainda não vi Mr. Robot, podiam reprisar em horário decente, né?

      Vê de American não está no FoxPlay, eu assisti por lá, mas não sei se tem a temporada toda.

      Muito comercial e o Kimmel é muito mala, não consegui rir de piada nenhuma dele!!!

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      1. pelo o que a Furquim declarou ela não gosta nem da série e nem da atriz, por ela quem ganharia seria a de House of Cards

        a NET não tem acesso ao FoxPlay …. mimimi

        Mr Robot é muita doideira, loucura mesmo, só vejo de curiosa.

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  2. Não assisti a série do O J Simpson, mas pelas críticas positivas acredito que os prêmios tenham sido merecidos.

    Gostei que o Rami Malek levou o prêmio. Dentro daquela loucura que é Mr Robot, ele é o louco mais sensato e coerente, por mais doido que isso possa parecer rssss

    Espero que em algum momento o Liev Schreiber também ganhe um prêmio, pois seu Ray Donovan é ótimo.

    Finalmente reconheceram o talento da Tatiana Maslany.

    Pena que Bates Motel nunca ganhou, e nem seu atores principais.

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    1. Nossa, vale muito a pena, mas muito mesmo. A Sarah está maravilhosa. Todos estão, menos o Cuba Junior. Risos.

      Também gostaria de ver o Liev ganhar algo, nem que seja só pra eu babar um pouco olhando pra ele….

      Bates é uma das maiores injustiças das premiações.

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