Canal Universal estreia produção nacional Unidade Básica

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Depois da bem sucedida investida no mercado nacional com Cinelab, chegou a vez do Canal Universal produzir seu primeiro programa de ficção original 100% nacional: Unidade Básica estreia no próximo dia 11 de setembro, domingo, às 22h, com a exibição de seus dois primeiros episódios – a primeira temporada conta com o total de oito episódios de trinta minutos cada.

Inspirada em casos reais, a série retrata o dia-a-dia em uma Unidade Básica de Saúde da periferia de São Paulo. Saem os corredores de modernos hospitais americanos e o corre corre do atendimento de emergência, entram  as dificuldades de um sistema de saúde com dificuldades financeiras e burocráticas e as diferenças entre duas formas de pensar a medicina, encarnadas em seus personagens principais.

Caco Ciocler interpreta o Dr. Paulo, médico experiente que trabalha há mais de 10 anos na Unidade Básica. Distante do glamour que muitos enxergam para a profissão, Paulo acredita que só poderá tratar seus pacientes direito se conhecer suas vidas, suas histórias e, muitas vezes, usa de soluções não convencionais para seus casos.

Já Ana Petta interpreta a recém-formada Dra. Laura. Ela tem o desejo de se tornar uma médica especialista e vê seu tempo na Unidade Básica apenas como um período para adquirir experiência. Com a insegurança que a falta de experiência trás, seu apego aos muitos exames e ao encaminhamento de seus pacientes a especialistas diversos pode ser entendido com o que é chamado “foco na doença”.

Com duas formas tão diferentes de encarar cada caso é óbvio que os dois médicos entrarão em conflito mais de uma vez, conflitos que algumas vezes acabarão por envolver Beth (Carlota Joaquina), a gerente da unidade, Samara (Bianca Müller), a recém chegada estagiária que é a própria definição de “nojinho”, e Malaquias (Vinícius de Oliveira), um agente de saúde, aquele que faz a ligação entre comunidade e médicos e que os acompanha nas visitas domiciliares.

Longe da fotografia horrível mostrada pelas manchetes de jornal, que sempre nos mostra corredores apinhados de gente sem atendimento, talvez o roteiro de Unidade Básica pode ter romanceado um pouco a realidade, mas apenas o necessário para que a cada episódio um caso com começo, meio e fim possa ser mostrado, além de um pouco do dia a dia da unidade.

A ideia da série, em verdade, partiu de Ana Petta e sua irmã Helena, que é médica, e tinha como desejo mostrar uma série médica com “pegada brasileira”. As duas então procuraram por Newton Cannito que abraçou o roteiro da produção – uma parceira da Gullane com o Canal Universal.

Ao assistir aos dois primeiros episódios da série em uma cabine de imprensa, a primeira agradável surpresa é não ver o “feito novela” nas atuações – uma crítica recorrente quando as produtoras nacionais tentavam fugir do formato mais conhecido de produção por aqui -, o que tanto demonstra o amadurecimento da indústria como o mérito da equipe, atores e direção.

Ana é a que me pareceu menos “confortável” no papel, ainda assim tal fato pode ser atribuído a tentativa de demonstrar a inexperiência de sua personagem e pode sumir nos episódios seguintes. Caco e Carlota, ao contrário, parecem inseridos em seus personagens desde a primeira cena – e é impossível negar que o doutor Paulo de Caco tem aquele viés de herói urbano que já conhecemos (ansiosa para conhecer melhor suas falhas). Ao todo elenco filmou por quatro semanas em locações na Freguesia do Ó, zona Norte de São Paulo.

A trilha sonora escolhida funciona como ponte: a escolha de músicas de funk parece ter a intenção de nos transportar para a comunidade em que estes médicos atuam.

No dia 11 de Setembro serão exibidos os dois primeiros episódios na sequência, os mesmos exibidos para a imprensa: o episódio piloto, Vera, mostra a chegada da Dra. Laura (Ana Petta) a Unidade Básica. O veterano Dr. Paulo (Caco Ciocler) não tem muitas esperanças em relação à contratação depois de quatro tentativas mal sucedidas. Os dois serão desafiados pela dificuldade de diagnóstico de uma idosa cujos exames nada revelam e terão de cara seu primeiro embate.

O segundo episódio, Juliano, traz um roteiro que fala de HIV e fé. Isso mesmo, o paciente que dá nome ao episódio é diagnosticado com HIV, mas crê que Deus poderá proteger a ele e sua esposa da doença.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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