Vão dizer que é maldade minha, mas a verdade é que eu nem me incomodei do doutor Halstead ocupar boa parte do tempo do episódio só porque eu tive a esperança dele fazer uma besteira tão grande que significaria sua ida para outro hospital. Sim, eu sei, não vai acontecer, até porque ter um irmão da série ao lado é legal para a franquia.
Deixando a maldade de lado, a trama da moça com câncer foi muito bem feita e ela traz questionamentos bem importantes: até onde um médico pode ou deve ir para cumprir sua promessa de salvar vidas? Aqui a questão acaba sendo levantada porque o Halstead tinha sua história particular tendo perdido sua mãe para o câncer, mas a grande verdade é que o fantasma da não ressuscitação assombra médicos sempre.
Eu sou uma fervorosa defensora do direito de escolha, acho que em sua maioria os seres humanos tem uma relação muito feia com a morte, sem necessidade. Sim, a vida é nosso maior bem, e por isso devemos vivê-las plenamente, mas a morte faz parte dela desde o início e acho que um final entre familiares e sem ser consumido por remédios é uma escolha tão válida como aquela daqueles que lutam até o fim, ainda que isso signifique aparelhos.
A despeito do que achamos, um médico jamais deve achar que sua escolha vale mais que a de seu paciente e Halstead não apenas errou em seu julgamento pelos sentimentos que carrega em relação a sua mãe, mas por ter sido arrogante, coisa que ele já nos tinha mostrados vezes seguidas episódio a episódio.
Até quem não parecia incomodada com isso, Natalie, parece ter sofrido de uma lucidez tardia nestes dois últimos episódios e tomou a única atitude possível e procurou pela chefe para denunciar o comportamento dele, o que deve ser assunto principal do próximo episódio já que a família resolveu processar o hospital – decisão de roteiro muito melhor do que deixar essa história para trás, sem dúvida.
As duas outras tramas do episódio também funcionaram muito bem, tornando-o um dos mais consistentes desde a estreia, a primeira com uma paciente com esquizofrenia cujo tratamento com lítio está afetando seus rins. O caso, de novo um sobre escolha já que ela prefere viver menos, mas plenamente, do que se arriscar perder-se em outras tentativas de encontrar a medicação correta.
O caso também serviu de estopim para que o doutor Choi contasse ao doutor Charles que tem enfrentado pesadelos constantes por conta de uma situação vivida no Oriente Médio. Eu realmente fiquei enternecida com o que ele está passando. Sou incapaz de imaginar o que acontece com alguém que passa por estas situações impossíveis.
Finalmente, temos a não menos importante trama de Rhodes, que passa o episódio tentando entender porque o super doutor Downey estava monopolizando o seu tempo. O desfecho, a descoberta da doença do médico superstar e seu desejo de encontrar um sucessor à altura lembrou a trama de Arizona em Grey’s Anatomy, talvez sem o mesmo impacto porque Downey foi horrível desde o primeiro momento em que o vimos.
Bom, ao que parece Rhodes está disposto a tentar, o que deve atrapalhar bem seu namorico, mas para alguém que declara seu amor pela cirurgia de trauma de forma tão contundente, não deve ser fácil renunciar a isso só porque um grande médico acha que ele tem potencial, não é mesmo?
Ainda sobrou tempo para a história do mendigo que chega ao hospital cheio de piolhos e que eu achei que seria apenas uma forma de fazer humor usando Sara e acabou sendo mais uma história sobre morrer com dignidade.
Gostei demais das escolhas todas de roteiro.
Link Permanente
O Will, agiu por egoísmo, não enxerguei ele querendo ajudar, pode ser porque estou muito frustrada com o personagem. Ele foi desrespeitoso com o desejo da paciente.
O dr Choi, está ganhando mais espaço na série e acho muito legal.
Se os roteiristas continuarem assim, a série vai melhorar.
Gente, cadê o irmão da enfermeira ( esqueci o nome dela, mas sei qye filha de um brasileiro e participou do America Next top model)