Ah, episódios eventos! Desconfio que Shonda Rhymes vive para e por eles, não é mesmo? Eu confesso que não leio muitas entrevistas da produtora, mas eu acho que ela deve ter assistido a ER, a pelo menos um episódio, que pode ter sido aquele em que Romano perdeu o braço ou aquele em que o helicóptero cai na área de entrada do pronto socorro.
E esses episódios devem tê-la marcado muito, só que ela não viu os demais e como cada episódio não evento também era importante e que não existia somente dor e inferno naqueles corredores de hospital e que aqueles episódios – com exceção do do helicóptero, porque a gente odiava tanto o Romano que eu acho que eles só fizeram aquilo para nos satisfazer, não tinha nada a ver com a história – tinha mais função do que simplesmente causar impacto e atrair a audiência.
Tanto é que, 11 anos depois, quando a gente olha para trás, apesar de Grey’s colecionar ótimos episódios evento, eles mais impactaram o público que as histórias conduzidas pela série.
E então chegamos até aqui. Derek morto e Cristina nem aparece para confortar a sua pessoa e Shonda faz o que? Derruba um túnel inteiro. Mata um montão de gente no dia em que os novos residentes chegam e em que Richard e Catherine se casariam.
Se você estava achando pouco ele ainda resolveu colocar os pais de Maggie se separando, Amelia dando piti porque não foi chamada para salvar a vida do irmão – pior cena da dupla de episódios, ainda que eu entendesse que ela estava sofrendo -, uma moça dando a luz e quase ficando paralítica por causa do residente idiota (eu gritei com a TV tanto nessa hora), enquanto o noivo dela estava preso e empalado no carro deles.
E então tivemos April, mudada pelos tempos longe, levando o carro inteiro para a entrada do pronto socorro, o hospital inteiro tentando salvá-lo, cada um deles por um motivo, por um tremendamente pessoal motivo apesar de parecer que é valorização daquela vida, e vemos o cara com quinhentas pinças presas no corpo, até assustei com aquilo, e a gente xingou quando a residente retardada soltou a porta do elevador, e a gente sorriu quando a Meredith apareceu com o bebê para que o pobre cara não desistisse da própria vida.
Sim, a Shonda é muito boa nisso. Ela conseguiu nos emocionar, nos fazer torcer, nos fazer querer. A gente ri e em seguida chora, a gente levanta do sofá, a gente se xinga porque, né, depois de 11 anos ainda sofremos com o que ela faz.
A gente até esquece o que não precisava estar lá, como a briga do Richard e Catherine para eles se entenderem em seguida.
E então ela encerra a temporada de uma maneira que, nossa, seria o final perfeito para a série: Alex e Jo vão morar juntos direito, Meredith voltando com seus filhos para sua velha casa e encontrando em Maggie alguém para ser amiga, Amelia consegue sair do luto ouvindo a mensagem do irmão no celular da cunhada, Jackson e April se separando porque ela merece ir atrás do que quer, mas ele não merece ficar eternamente a espera dela, novos residentes, uma festa na casa que Derek construiu com velas há tanto tempo.
Meredith dançando, porque, afinal, quando nada mais a fazer é isso que se precisa fazer.
Seria um ótimo final para série e eu acho que eu até superaria melhor o arco da morte do Derek se assim fosse.
O duro é que em setembro estaremos aqui de novo, xingando e sofrendo nos corredores daquele hospital.
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hehehe, vocês gostam de sofrer mesmo! Abandonei Grey’s há tempos, desde o acidente de avião e acho que abandonei tarde. Sem chance de ficar nesse mimimi eterno e com desgraças acontecendo em looping.
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São muito anos acompanhando, fica aquela sensação de que se abandonar agora é covardia, hahaha
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Relacionamento abusivo define. 😛
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Considero o episódio da Morte do Dr. Romano (Paul McCrane), muito mais forte e impactante do que o episódio onde ele perde o braço. A perda do membro deixou-o mais irracível com seus colegas de plantão, fazendo com que o público ansiasse por sua partida do seriado. O problema é que foi chocante demais. O diretor Chris Chulack, também produtor executivo da série, fez o helicoptero cair sobre Romano, mantendo o ponto de vista da própria vítima. Até hoje, lembro da cena, exibida à exaustão nos promos da Warner, e a considero insuperável pela violência física e principalmente, psicológica…
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Oi Paulo!! Engraçado como algumas cenas não saem da gente, não é? Eu ainda lembro do Romano olhando para o céu, a gente vendo o rosto dele e então o que ele via. Ao mesmo tempo que foi chocante, e que desejássemos absurdamente aquilo, acabou soando um pouco caricato, como você mesmo falou: foi chocante demais.
Beijo
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E.R e suas várias cenas marcantes…
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Hahahahahha, meu, tô lembrando do helicóptero e do Romano e RINDO! Baita tragédia, e a gente gostou. 😛
É, a Shonda estava bem catastrofista nessa última temporada. Mesmo o arco que era pra ser mais história e menos catástrole (Dra. Herman) acabou descanbando. eu gosto disso, mas acho que só porque já sou apegada aos personagens antigos – e talvez seja justamente por essa preferência da Shonda pelos tais eventos (deixando de lado os filling episodes) que a gente não consegue se apegar aos personagens que entraram há pouco (só me apeguei à Jo).
Fiquei bem furiosa com a Amelia. Entendo o lado da moça, mas… bah, acho que tenho pouca paciência com a montanha-russa que é a Amelia.
Você tem razão… seria um lindo series finale.
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a pessoa que segura a mao da mer no enterro do derek e a yang