Grey’s Anatomy: She’s Killing Me (9×20)

E nosso coração se quebra mais um pouquinho quando percebemos que Shonda vai meter a mão nas histórias de personagens queridos em Grey’s Anatomy. De novo.

greys anatomy 9x22 s09s22

Bailey, por exemplo, passou quase que a temporada toda esquecida, fazendo ponta de humorista, e quando a gente acha que ela vai ganhar uma trama legal por conta da pesquisa dela vem a Shonda e não a coloca em um acidente de avião, mas a torna um acidente de avião: Bailey estaria matando pacientes por conta de alguma infecção? Cara, é muita maldade!

Tá, um lado meu falou “toma” no final do episódio, afinal ela não teve dúvidas de levantar o dedo e humilhar a interna – da qual eu nunca lembro o nome – quando estava achando que a culpa era da menina. Grey foi que mostrou maturidade: sim, existe um problema, mas ainda estamos investigando, vamos esperar. Se dependesse da Bailey a moça já estava na fila do desemprego desde o começo do episódio.

Outra história pronta para ser destruída pela senhor má é a de Cristina e Owen. Cristina já percebeu porque o ex-marido anda estranho e passando suas noites no hospital e acho que um lado dela até preferiria que fosse outra mulher: eles já estiveram lá e eu acho que conseguiriam ultrapassar isso, mas a questão de filhos não, não vai dar para ultrapassar e eu acho que ela já sabe o que fazer com isso.

E se sabe está agindo com toda maturidade que podemos esperar dela. Talvez essa seja a única coisa a ser elogiada na trama: mostra que Cristina realmente mudou.

Outro que cresceu: Derek. Como eu falei na semana passada é impossível ver a trama do mapeamento genético da Meredith e não pensar no ocorrido com Angelina Jolie na vida real. Meredith já está mexendo em testamentos e escolhendo a futura mãe de seus filhos por conta da possibilidade de desenvolver o Alzheimer. Derek coloca o pé no chão e a lembra de algo importante: é uma possibilidade. Assim como ele pode ficar careca, duvido, e com câncer.

Um Derek amadurecido e Meredith precisa lembrar disso antes de ficar convidando os outros para a sala de parto. Eu não tenho dúvidas de que ele saberá o que fazer na hora.

Quem precisa crescer? Jackson e April. O primeiro ainda está desconfortável em seu novo papel e se eu fosse ele eu me agarrava ao Richard com força. Ele não poderia ter melhor professor sobre a vida, não é verdade? Já April resolveu assumir sua verdade, mas ao mesmo tempo roubou equipamento do hospital. Ela é muito instável e me irritou um tanto neste episódio, como não fazia há muito tempo.

P.S. Voltando a falar de Angelina x Meredith: eu entendo a decisão de Angelina, não consigo imaginar o que é ter a faca do câncer apontada para a cabeça depois de ter perdido alguém tão querido como sua mãe e sua tia para a doença. Mas acho importante a gente lembrar que um mapeamento genético, um teste como esse, ele apenas associa o risco que todos vivemos a um percentual. Todo mundo tem chance de ter câncer. TODO MUNDO. Alguns mais, outros menos por conta de seu passado, histórico familiar e modo de vida.

Quando alguém faz um teste genético ele lhe diz que aquele risco, que a pessoa já corria, é de tantos por cento. No caso da atriz ele era de 82%, ou seja, um risco muito alto. Podia ser que ela não desenvolvesse, sim, podia. Podia ser que, em desenvolvendo, se descoberto no início, ela sobrevivesse, sim, podia. Mas ela ia ter de conviver com esse percentual enorme pelo resto da vida. Não deve ser fácil.

Por isso eu acho que jamais faria um mapeamento genético. Eu tenho uma doença auto-imune crônica sem cura. Vou conviver com ela para o resto da minha vida. Ela pode me matar? Sim, pode. Como pode continuar no estágio atual e eu morrer num acidente de carro. Eu me cuido, monitoro a doença, faço acompanhamento médico e sigo com a minha vida. É o que se pode fazer, ao final, independentemente do risco.

Afinal, a morte é a única coisa certa desde o momento em que nascemos.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Simone, a história da Angelina me lembrou um episódio antigo de Grey’s, acho que da segunda ou terceira temporada. Um casal de amigos de Derek e Addison aparece e a moça quer fazer uma “limpeza” total pelo risco de câncer: útero, ovários, mamas. Só que eles ainda são jovens e ele quer ter filhos e tals. Não deve ser uma decisão fácil mesmo…
    Ah, me lembrei de um outro episódio, em que 3 irmãos, que já perderam praticamente todos os parentes pro câncer, decidem retirar os estômagos, para evitar a possibilidade de também adoecerem. Mesmo com todos os efeitos colaterais e todas as limitações que lhes serão impostas após a cirurgia.
    Enfim, também não sei se faria um mapeamento genético. Já sei dos riscos reais de doenças na minha família, como AVCs e derrames, pressão alta, infartos… Não sei se gostaria de saber de mais possibilidades… vc falou certo, a única certeza da vida é a morte. Não devemos nem temê-la, nem desafiá-la…

    Responder

  2. Sim, a Angelina tomou a decisão que ela achou melhor! Fiquei irritadíssima com a celeuma feita por parte da imprensa, dizendo que ela havia causado “pânico”. Parece que as pessoas não são capazes de pensarem por si próprias e de serem responsáveis pelas próprias decisões. Quanto ao episódio, acho que a Cristina está ótima, como sempre – e entendeu que a vontade do Owen de ser pai será incompatível com o relacionamento deles… Para ele jogar na cara o aborto precisaria de pouca coisa. Assim, acho melhor eles se separarem, já que querem coisas diferentes para a vida.

    Responder

Deixe uma resposta