Sessão de Terapia – Semana 3

A terceira semana de Sessão de Terapia foi de tensão, marcada pelo clima pesado em quase todos os episódios. Mesmo Júlia, que me irritou no passado com seus exageros, parece ter encontrado seu tom. Ou talvez eu esteja entendendo melhor suas reações.

Assim como Theo eu acredito que seu atraso, depois de nunca ter se atrasado ou faltado a uma sessão, possa ser sintomático. Do outro lado eu acredito cada vez menos em sua paixão pelo terapeuta, penso nela mais como uma menina perdida buscando por socorro, sem saber exatamente socorro por que ou pra que.

Ao mesmo tempo Theo, depois de dizer a Dora que não abandonaria sua paciente, se mostrou bem mais afetado pela paciente, mais reagente. E também mais abatido, cansado – numa bela interpretação de Zécarlos.

Breno também me agrada muito mais agora que diminuiu tons em sua agressividade – até presente ao terapeuta ele trouxe – e também me parece cada vez mais perdido, agora agarrado a chance de que uma nova mulher lhe traga o que ele não encontra em si mesmo. Fiquei especialmente tocada quando Theo fala sobre o fato de que ele só enxerga o bom, o inteligente, o perfeito no outro. Um problema de auto-estima diretamente ligado a seu pai.

A grande evolução é na sessão de Nina: a adolescente baixa a guarda e conta para o terapeuta a verdade dobre seus pais e sobre sua relação com Leon e deixa claro que se sente responsável pelo fim do casamento dos primeiros e pelo caso com o segundo. Não somente a forma com que Nina conta a história, mas a forma como Theo a acolhe, foram emocionantes de se ver.

Na quinta Ana aparece sozinha para a sessão e demonstra claramente o quanto se sente culpada pelo aborto espontâneo, como se o fato dela um dia ter pensando em terminar a gravidez tenha sido o bastante para causá-lo. A chegada inesperada de João só serve para demonstrar que ele também a culpa e ressalta a dificuldade dos dois em admitir o que está bastante claro: o casamento terminou.

Novamente a forma com que Theo reage é exemplar: mostrar a Ana que ela não tem culpa, que ela não é um monstro.

E fica perceptível também, neste momento e depois na sessão de Theo com Dora, que ele só consegue lidar bem com as histórias dos pacientes que ele consegue manter longe de seus problemas pessoais: ele não consegue manter essa serenidade na sessão com Júlia, nem com Breno quando este cita que conheceu a médica.

E, significativamente, ele quase não fala da viagem de sua esposa com o amante, enquanto fala sobre detalhes e mais detalhes de Júlia, cuja história começa a nos parecer tão semelhante a dele mesmo – inclusive o subterfúgio do banheiro, bastante usado nesta semana.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

8 Comentários


  1. Gostei muito dessa semana!
    Estou começando a entender melhor cada um e concordo com você sobre a Júlia e o Breno.A ligação da Júlia no meio da sessão do Breno, deixou claro que ela irá usá-lo para atingir o Théo. O Breno está mais sarcátisco, desde o dia que ele falou sobre a esposa que desconta toda a tensão nos dentes. Algumas vezes tenho a sensação que o Théo trata a Nina com mais sensibilidade e cuidado por tentar compensar ópria filha.O flerte da Ana também foi bem legal e forma como o Théo coloca toda a situação também foi bem bacana.Mas a sessão que mais me agrada é a da Dora. Eu sempre assisto por gostar dos diálogos que são muito inteligentes, a postura dela em relãção ao Théo e a forma como ele tenta agredi-lá com palavras faz com que tudo comece a ter uma lógica. Os atores me encantam, as pausas dramáticas, a música… Não posso também deixar de mencionar a Maria Luiza Mendonça, que quando entra da show! Todas as vezes que ela entra em cena, faz um estrago danado e deixa o Théo sem saber como agir!

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    1. Oi Marelle, acho que ficamos mais atraídos pela Dora e Theo porque ela olha pra ele como um igual, ela não busca aprovação e acaba gerando esses diálogos mais ricos mesmo.

      Tô me apegando bastante à série.

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  2. O presente foi uma afronta, isso sim. Do tipo “eu sou tão melhor que você que, pra eu continuar vindo aqui, vou te dar essa máquina e poupar-me (e aos outros pacientes) do seu lixo”.

    Acho que a terapia com a Nina rende mais porque existe uma transferência ali no esquema filha-pai. E a atriz é muito boa, né? Melhor que a americana.

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  3. Oi Simone!
    Estou acompanhando a série e também estou gostando bastante. Esta semana está bem tensa.
    Não conhecia a versão americana, mas acho que a brasileira está muito boa, os atores são excelentes e a direção tb.

    Uma pena que o GNT não disponibilizou os vídeos ainda.

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    1. Oi Viviv, ela não disponibilizou porque eles estão no Muu, serviço de vídeo ondemand da Globo para clientes NET e CTBC. Se você for cliente da NET é só se cadastrar no site.

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      1. Uai, Si, não sabia que bastava ser cliente NET. Logo que lançou, tentei me cadastrar e não consegui, tinha que ter globo.com… Valeu pela dica, acabo de fazer o cadastro. 🙂

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