Criminal Minds: Epilogue (07×06)

“Morrer por si só é amargo, mas a ideia de morrer sem ter realmente vivido é insuportável.” – Erich Fromm

Há poucos dias atrás minha filha me fez a pergunta: “o que acontece depois que a gente morre, mãe?”. A resposta de cada um depende de suas crenças e nada mais. A minha foi simplesmente: não sei. Não sei, porque ninguém voltou para me contar o que está do outro lado.

Seriam as experiências de pessoas que ficaram mortas por instantes suficientes para nos dar respostas? Bom, talvez se elas fossem iguais para todos e não são.

Aqui Reid, o “cientista”, disse ter visto uma luz, Prentiss, não muito mais crente que ele, diz não ter visto nada, apenas o escuro. Seriam essas lembranças reais ou uma peça pregada por um cérebro quase sem oxigênio? O assunto rende muito e eu não acho que fosse intenção dos roteiristas esgotá-la.

Acho que, em primeiro lugar, foi uma motivação diferente das que já vimos até hoje para crimes em série e, em segundo lugar, serviu para nos lembrar do que os membros daquela equipe já passaram – eu mesmo raramente me lembrava da quase morte de Reid.

A motivação: Chase é um menino que viu sua mãe partiu e então foi abusado por seu pai, a ponto de ter sido enterrado vivo. Em sua quase morte ele vê uma luz e sente uma paz que nunca sentiu em sua curta vida. Doente, ele precisa da confirmação de que é isso mesmo que está do outro lado antes de partir, ele precisa saber que haverá conforto, e começa a usar outras pessoas para confirmar isso. Algo que se mostra impossível desde o princípio.

Particularmente eu achei Chase um vilão inexpressivo, mas de alguma forma também é impossível não nos envolvermos.

E seu final, o vislumbre que ele tem do pai abusador, se torna então aterrorizante: pensar na eternidade sem paz é insuportável.

“O momento da morte, como o final de uma história, dá um novo significado ao que o precedeu.” – Mary Catherine Bateson

Terror. Acho que essa palavra serve para expressar uma parte do sentimento de Rossi em relação ao pedido de sua ex-mulher. Como deixar de lado crenças, amores, culpas, e ajuda-la a morrer com dignidade, como ela pediu, se não conseguimos enxergar dignidade na solução?

Eu fiquei muito triste por Rossi, de verdade. Por tudo que ele sentiu, a ideia de não atender ao pedido dela e pela ideia de atendê-lo. Não existia resposta fácil e Carolyn sabia disso, tanto que ela resolve se suicidar e pede a ela apenas o conforto de um abraço.

A pergunta: será que eu vou encontrá-lo? No mesmo instante eu pensei em um filho, depois confirmado pela pequena lápide ao lado da dela no cemitério. Reencontrar o filho que não pode ver crescer era o seu conforto. Torço para que ela tenha encontrado.

P.S. A leveza ficou restrita apenas e tão somente ao início do episódio, quando Reid demonstra saber quantos minutos Rossi costuma levar para ler uma página de jornal – e não só Rossi – e todos demonstram aquela incredulidade pelo que ele é capaz. Eu fiquei na dúvida se foi realmente leve, afinal, do lado de cá já sabíamos porque Rossi estava daquele jeito, mas, comparando ao resto do episódio, acho que podemos classificar dessa forma.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. Gostei deste episodio mas pelo o que acontece com Rossi do que pelo caso em si. Fiquei com pena dele ao lado das duas lápides….

    Do resto foi mais um caso extremamente maluco e bizarro que a equipe tem que resolver…..

    Mas essa situação do Rossi foi unica…. e me faz gostar muito mais dele….

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  2. Adoro todo o time! Também achei o episódio mais denso, mais pesado, mas sempre excelente! Não ia muito com a cara do Rossi no início, mas agora gosto muito dele!

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  3. A vaca lambeu o cabelo da Prentss? Que cabelo era aquele, gente?

    Sobre o criminoso… Que loucura! Que interessante eu acho o “eu faço isso pq fizeram aquilo comigo na infância”… esses gatilhos e ligações é que me fazem ficar bege!!

    Achei Hotch apagadinho, apenas colhendo… E no final, falando de Fé com o rapaz… legal. Eu acho que deixaria o rapaz cometer o suicídio…. já sofrera tanto! Ir preso, morrer no hospital da prisão, sei lá!

    Adorei a cara de irritação do Hotch com as tiradas da Penélope… Acho que ele até gosta, mas tem que manter a moral! rrss

    Reid… AMO o personagem. Engraçada a pergunta que faz à Prentss:
    – você morreu mesmo? rrrsssss

    Davi, tudo muito triste, claro!

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    1. Libiane… esse cabelinho lambido do REid nao é nada perto do oculos que ele usava na segunda temporada…… Terrivel……

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  4. Olá, eu não ia comentar nada sobre este episódio pq sempre chego atrasado e vcs já esgotaram tudo. hehehe
    Brincadeira. Mas tudo não está perdido. A caríssima Libriane (acho que foi ou é jogadora de volei), levantou uma bola boa p/ mim. Acho que o cabelo da Prentiss foi o resultado final da “escova London” (aprendí essa está semana com o trio feminino aqui em casa).heheehe
    Agora falando sério, o principal motivo desta rápida visita, foi p/ desejar a todos (as) um FELIZ NATAL e um EXPLENDIDO ANO NOVO, com muita saúde, paz e prosperidade.
    bjs.
    Zé Luis e família
    PS: Libriane desculpe a brincadeira.

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