Grey’s Anatomy: Slow Night, So Long (07×09)

Eu assisti a esse episódio duas vezes e nas duas fui invadida por diferentes sentimentos. Talvez isso se deva ao fato de que tanta coisa aconteceu no episódio que, dependendo de que pedaço você presta atenção, você pode odiar ou amar. A questão mesmo é que Shonda continua nos mantendo com as emoções a flor da pele.

Alguém aí que era fã de ER pode me ajudar a lembrar de qual foi o episódio em que as coisas aconteciam de forma semelhante a este? Não os casos em si, nem a bebedeira da Bailey (adorei!), mas essa coisa dos atendentes ficarem indisponíveis e os residentes terem que se virar. Eu lembro que foi mais dramático em ER, com mais gente chegando ao pronto socorro e coisa e tal, mas a situação foi bem semelhante.

Falando apenas do Seattle Grace, o episódio seguiu um pouco na linha daquele em que Richard colocou os residentes como atendentes, enquanto estes pensavam em como ganhar um milhão. Com a diferença que, aqui, eles realmente tiveram que se virar sozinhos.

Nessa de se virar sozinhos, Meredith e Karev se destacaram, mais o segundo que a primeira, inclusive. Com um atendente mala como Stark é melhor mesmo tomar a frente e resolver o problema – e até Richard sabe bem disso, perceptível em seu olhar pela janela da sala. Achei interessante o comentário de ambos sobre os que restarem serem um dos dois e a Cristina, eu mesma não lembrava do que Richard tinha falado.

Não tenho uma opinião formada sobre Callie apelando para Sloan. Na verdade eu já sabia que ia acabar assim desde o momento em que falaram do tal anestésico sexual, só não entendi a cara dela depois. Não acho que tenha sido culpa não, acho que foi o vazio, a tristeza. Uma pena. Espero que ela saia dessa logo.

Quem me surpreendeu bêbada foi Bailey: alguém a imaginava tão divertida após seus drinques horríveis azuis? Não vejo a hora de que ela encontre um novo amor. Sou tão fã da personagem.

A menor história acabou sendo a de April, já que Jackson parece ter sido dominado por um espírito na tentativa de provar que ele pode ser uma bom médico, ao ter de separar o casal grudado. Apesar de gostar de seu papo com Bailey, achei que nem precisava, já que TODO MUNDO já disse para a moça que Karev não é pára ela.

Cristina: sua trama talvez seja a mais difícil para se concluir algo. Até aqui eu apoiei a decisão de Shonda de mostrar que a super heroína Cristina na verdade é bem humana, bem mais frágil do que muita gente pensava. No começo do episódio, enquanto ela fazia os drinks e brincava com o tal “alzheimer precoce”, eu achei que a trama poderia se tornar rica. Afinal, Cristina está no extremo oposto da onde sempre esteve em sua carreira, em sua vida em geral. Ao longo do episódio, com ela bebendo e acabando a noite no colo do tal noivo da despedida de solteiro, eu passei a desgostar.

Assim como Teddy, eu tinha a impressão de que aquilo me doía no corpo. E eu estava pronta para falar muito mal disso aqui.

Depois me peguei pensando: e se era justamente esse o objetivo da Shonda? E se ela realmente queria que nós fossemos de um extremo a outro, da compreensão a revolta, da diversão a depressão? Se era, bem, funcionou. No final do episódio, enquanto é carregada para fora do bar pelo Hunt, eu só pude ter pena da Cristina.

Quem sabe esse tenha sido o fundo do poço necessário para que ela se apóie e suba novamente? Quem sabe tudo o que eu falei é besteira e Shonda simplesmente resolveu experimentar? Vamos admitir, seja qual for sua aposta, isso garante que a gente retorne no próximo episódio.

Ah, o Arthur, leitor aqui do blog, comentou que ele considera a narração em off dispensável. Pois sabe que eu curto a forma como ela amarra os acontecimentos? Principalmente quando tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Tô meio cansada dessa fraqueza toda da Cristina. Dá vontade de sacudi-la pelo ombro e gritar “Supere!”. Mas falando de E.R. (eu era megafã), você lembra da crise da Neela (cirurgi, por sinal) que a faz largar a medicina e arranjar trabalho no mercadinho ao lado do hospital? Lembrei demais disso quando vi a Christina no bar.

    Adorei quando a cirugiã cardíaca (NUNCA lembro o nome dela) lamentou que o casal que ela tinha por modelo (aspirational couple) tenha se desmanchado. Sempre digo que Arizona e Callie são o único casal funcional do programa. Torço para que voltem.

    Quanto à narração… bom, eu acho a Meredith dispensável no geral. 😛

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  2. Meu marido tb lembrou da Neela no “Jumbo Market” quando vimos esse episódio de G.A. Eu também estou ficando agoniada pela Cristina, espero que em breve essa fase dela seja superada. Acho bacana vermos esse lado humano dela, até porque a situação foi traumática mesmo. Mas já deu, né?!
    Também queria ver logo resolvida essa situação da Callie e Arizona, assim como não vejo a hora de Sloan e Lexie se (re)entenderem. Tá na cara que ainda se amarram um no outro, deem o braço a torcer, admitam isso e vão ser felizes!!!

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    1. Eu sinto que a Shonda está tão perto de fazer besteira que fico com medo, é como se ela perdesse a medida, deslumbrada com as histórias que cria.

      Eu tinha esquecido de Jumbo Market, mas deve ser por isso que o episódio me pareceu tão familiar.

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