Parenthood: What’s Goin’ On There (01×07)

O segredo do sucesso de um seriado dramático e familiar é: fazer com que você crie empatia pelos personagens; fazer com que você torça pelos personagens; e, não menos importante, que você se identifique com algumas das situações apresentadas.

Em Parenthood eu me identifico principalmente com Kristina, mas torço por todos os outros. Tá, por quase todos os outros: Julia não me desce de jeito algum e papai Braverman me incomoda, só não sei dizer exatamente o porque ainda, e isso fica ainda pior porque sempre amei Craig Nelson.

Começando pelo fim: a cena com Adam e sua prancha de surfe já entra para a lista de cenas clássicas para mim. No caso em questão é tanta coisa que passa pela sua cabeça ao vê-lo ali, é tanto sentimento que se transmite. Todos sabem o quanto de frustração nos afronta todos os dias e o quanto é difícil encontrar nossa válvula de escape, o nosso espaço. Ali, Adam e o oceano, é isso que acontece.

É um pouco desse significado que eu também enxergo quando Haddie deixa um café para sua mãe, do jeito que ela gosta. Para Haddie é um pedido de desculpas silencioso por não ter dado o devido valor para sua mãe. Para Kristina é conforto e reconhecimento.

Outro querido personagem, sempre, é Crosby. O que eu mais gosto nele é sua vontade sincera de acertar, ainda que inocente. Na verdade, o que eu gosto mesmo é esse aprendizado. Algumas vezes a gente pode achar exagerado, mas quando nos tornamos pais a gente aprende aos poucos junto com o crescimento dos filhos. Já Crosby recebeu o pacote já crescido, então precisa aprender muito mais rápido, mais propício a erros. Só acho que Jasmine pegou pesado demais com ele – ainda mais se considerarmos que ela o deixou de lado por tanto tempo.

Sarah e Amber. Eu não sei quanto de julgamento eu faço da personagem de Sarah por conta do passado de Lauren em Gilmore Girls. Ela era a mãe perfeita e de repente ela é uma mãe que vive em constante estado de colisão com a filha.

Mais que isso: lá era o modelo de mãe que coloca os interesses da filha acima dos seus. Aqui é uma mãe que não consegue enxergar tão bem os limites. Seria fácil criticar Amber e seu comportamento auto-destrutivo, mas é preciso lembrar de que a adolescente é ela e não a mãe.

Alguém pode virar e me dizer que Sarah também tem direito a felicidade e que ela e Mark foram feitos um para o outro. A questão é que, após ter um filho, a medida de suas irresponsabilidades aceitáveis também muda. Simples assim.

Encerrando falando de Julia: por mais que eu não goste dela, imagino a sensação de vazio ao descobrirmos que o que realmente queríamos, realmente sonhávamos, ficou pelo caminho.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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