Dalva e Herivelto: uma história de amor

Confesso conhecer pouquíssimo sobre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Confesso que conheço nada com exceção de algumas músicas da cantora, que reinou nas rádios nas décadas de 30 e 40.

Havia recebido bastante material da divulgação da TV Globo e já tinha achada perfeita a caracterização de Adriana Esteves como a cantora. Isso, mais a já comprovada qualidade que a empresa sempre buscou em suas minisséries me convenceram a sentar no sofá para acompanhar a estréia.

Se, enquanto assistia a Maysa eu ia comparando a história contada na tela com aquilo que eu conhecia da cantora – o que, modéstia a parte, não era pouco – aqui minha idéia era aprender mais sobre eles.

O primeiro episódio – exibido logo após o capítulo da novela, um presente que não deve ser repetido nos episódios posteriores e que me faz temer pela minha coragem de chegar ao final – começa na mesma linha que Maysa, a partir do momento da morte de sua protagonista. Aqui, seus últimos dias de luta contra o câncer que viria a matá-la.

Numa volta no tempo vemos quando Dalva e Herivelto se conheceram e sua atração imediata. Infelizmente não sabemos como nenhum dos dois chegou até ali – não é o momento zero de suas carreiras e ambos já eram um pouco conhecidos – e o envolvimento dos dois acontece de forma muito rápida.

Acho que esse foi o maior defeito do episódio: a forma corrida como a história é mostrada em meio aos vários números musicais. Pode ter sido uma aposta apenas da estréia, se foi, foi arriscada: eu não assistira à minissérie para ver números musicais, mas seria fisgada por uma história bem contada.

A criação de estereótipos também pode ser arriscada: a Dalva mostrada pela série seria próxima da perfeição, talentosa, esposa dedicada, ótima mãe. Aquele que dá um show maravilhoso e depois coloca o avental sobre o vestido de gala para fazer macarronada para todos os amigos.

Já Herivelto é o cafajeste com mil amantes que alardeia gostar da Amélia – a tal mulher de verdade – enquanto corre atrás de qualquer rabo de saia.

Algo de positivo são as gerais que mostram o panorama do país na época, com o início da guerra e com as movimentações políticas de Getúlio. O uso de cenas em que pessoas comuns lêem jornais com as notícias ou em que os amigos do casal comentam sobre isso foi bem interessante – sem contar as ótimas músicas escolhidas para fundo.

As apostas, ao que parecem, foram grandes, tanto que a emissora esperava bater a audiência de estréia obtida por Maysa no ano passado. Mas, apenas com base neste primeiro episódio, eu não saberia apontar se terão sucesso ou fracasso.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

5 Comentários


  1. Fiquei muito feliz com o Seriado de Dalva e Erivelto, só discordei de umas coisas, ex: a voz de Dalva Oliveira cantando. Ela era dona absoluta de uma voz extraordinária e não precisaria de outra cantora. Bastava colocar os seus discos e Adriana dublaria.Fui frequentadora do programa de Cesar de Alencar desde onze anos e sempre vi Dalva cantando. Foi muito feliz em colocar a grande estrela fazendo o papel de Emilinha, foi divino. Parabens a equipe do pequeno faxineiro até aos grandes artistas. Que outros Seriados sejam mostrados e estamos anciosos para um seriado com Emilinha Borba. Estou as ordens para detalhes e ajudar no que for preciso. O Fã Clube de Emilinha tem tudo que voces precisam para fazer o seriado do ano. Parabens.

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  2. Essa miniserie foi muito importante para todos saberem mais sobre a historia dos amantes da musica.realmente nao nego que essa miniserie revelou muito da vida pessoal do casal mais dalva e herivelto estarao marcados na historia da musica brasileira

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