Fringe: The Same Old Story (01×02)

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Diria que o segundo episódio de Fringe dá uma desacelerada, apesar de começar com uma cena quase tão horripilante que o piloto. Saem os corpos se desfazendo, entra uma mulher grávida de um bebê que se desenvolve em minutos e entre o nascimento e a morte por velhice apenas quatro horas se passam.

Engraçado o tom procedural que o episódio acabou ganhando depois que Olívia descobre que a estranha gravidez está ligada a um caso de um assassino serial que ela investigou no início de sua carreira, com John.

Não bastasse a ligação com Olívia, o caso em questão ainda tem ligação com Walter, que conduziu experiências para o governo com o objetivo de criarem super soldados, crianças que se desenvolvessem rapidamente. Problema: paralisar o processo de envelhecimento após chegar-se ao ponto desejado.

A investigação leva Olívia e Peter até o ex-parceiro de Walter, Penrose, e a história é entregue na reação do mesmo à visita dos agentes (posso chamar Peter de agente?). Penrose acabou por se apegar a um dos produtos dos experimentos que desenvolveu após a partida de Walter, passando a considerá-lo como um filho.

As mortes causadas pelo “experimento” garantiam sua sobrevida. Para descobrir o assassino a equipe usa de um experimento que, através de energia, consegue recuperar as imagens gravadas nos olhos da vítima – citação de Júlio Verne, que, se pensarmos bem, também é usado como referência no laboratório de Walter.

Apesar da solução fácil eu gostei do episódio. Que deixou no ar a possibilidade de Peter também ser resultado de algum tipo de experimento ou, ainda, ter sido afetado por um. Isso seria uma explicação para a inteligência absurda do rapaz.

Outro mistério que fica no ar é o envolvimento da Massive Dynamic, que tem até assento no “comitê” do governo para o qual a equipe responde. Devemos lembrar que as corporações são sim parte do governo, mesmo hoje, e o risco está em deixar que seus interesses interfiram naquilo que seria responsabilidade deste.

Posso até considerar que o trio formado por Olívia, Peter e Walter me parece o mais improvável esquadrão científico a ser usado pelo FBI, mas até que eles funcionam. Nem me irritei com Peter, e bem que eu podia, afinal, é sempre ele a salvar o mundo – no episódio passado ele tenta arrancar a verdade a qualquer preço; aqui ele salva a última vítima de um ataque cardíaco usando um método totalmente improvisado; valeu a naturalidade de Walter: “Você, por acaso, não teria cocaína?”.

Outra cena que a vale a citação: Olívia sonhando que também estaria grávida de John e que esta gravidez padeceria do mesmo mal de envelhecimento. É humano demorarmos a processar tanta coisa que eles vêem. Imaginar que seus piores medos podem ser concretos.

Enquanto Peter canta para que seu pai possa dormir, vemos a imagem de três homens em cápsulas.

Música: “Young Men Dead” com The Black Angels e “Skin Head” com The Glass Helmets

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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