Law&Order: Called Home (18×01)

E o retorno do velho seriado (dezoito anos não são brincadeira) conseguiu algo surpreendente: trazer algum ar novo para a atmosfera de Law&Order. Quem sabe isso seja consequência do enorme esforço em trazer o seriado para mais um ano depois de reais ameaças de cancelamento.

O começo do episódio me deixou meio desconfortável, confesso, primeiro a saída não explicada da detetive Nina Cassady, cuja justificativa eu imaginei que seria ligada às constantes crises entre ela e a tenente Anita nos últimos episódios da décima sétima temporada, bem como uma cara nova na promotoria depois de tantos anos.

Mas velhos erros continuam sendo cometidos, mesmo em meio a tanta coisa nova. Me irrita esse eterno compromisso dos roteiristas em deixar em aberto o final dos casos mais controversos. Se existe algo no caso que dividiria opiniões, o episódio sempre termina sem sabermos se existiu ou não uma condenação, se a pessoa pagou por aquele crime.

Neste episódio Cyrus Lupo, que um dia foi patrulheiro do distrito e hoje faz parte da divisão de inteligência da polícia, é apresentado para Ed Green, que, sozinho, investiga o suicídio do irmão caçula de Cyrus. Cyrus estava fora do país há anos e é pego de surpresa pela notícia da morte do irmão.

Quando Green e a tenente estão deixando a investigação de lado em vista da total ausência de provas do envolvimento de terceiros, um segundo suicídios, realizado do mesmo modo, faz com que a investigação seja retomada, dessa vez com Cyrus participando da investigação como parceiro de Green.

A dupla de detetives acaba chegando até a filha do Dr. Morte, condenado após ter ajudado no suicídio de vários pacientes idosos ou com doenças terminais. A garota, uma enfermeira, foi a responsável por ajudar os dois homens a prepararem a máquina e obterem as drogas necessárias para as mortes, filmadas de maneira a isentar qualquer outra pessoa de culpa.

Mila, que, claramente, tem obsessão pelo pai que jamais teve tempo para ela devido a sua crença de estar fazendo um bem maior, acaba por conseguir levar os detetives a responsabilizarem Bill Nolan pelas mortes. Bill Nolan foi o reporter que entrevistou seu pai no passado, levando-o a ser preso por anos.

Mas, numa virada interessante, a promotoria e os detetives acabam voltando para ela como principal responsável, mais preocupada em vingar seu pai e provar que o trabalho dele ainda era seguido, do que em confortar os pacientes que lhe procuravam.

O novo promotor, Michael Cutter, ainda não me ganhou, poxa, foram anos de McCoy! Mas Rubirosa está mais linda ainda do que na última temporada, e McCoy segue agora na posição anteriormente ocupada por Arthur Branch (cujo ator que o interpretava deixou o elenco para concorrer à uma indicação para concorrer a presidência do país, mas acabou dormindo na praia). O problema é que a participação do promotor do distrito sempre é menor, como um conselheiro nos momentos de mais conflito e apenas isso.

Bom, a saída dos roteiristas para não definir se o fato de ter ajudado alguém a se suicidar resultaria em uma condenação por assassinato ou não acabou por ser, até que, um bom circo: depois de confrontar a garota no banco dos réus, que enquanto ajudava nos suicídios afirmando que estava fazendo o bem, lutava contra a pena de morte pois os condenados sofreriam em sua hora final, os promotores têm de engolir o depoimento do Dr. Morte, que se apresenta como responsável real pelos suicídios e se mata em frente de todos no tribunal.

A questão é: às vezes precisamos tomar partido para realmente encerrar com um bom trabalho. Mesmo quem não concordar com o final dado, poderá admirar a maneira como foi feito.

Quando se decide deixar algo em aberto deste modo, é bem possível não agradar ninguém.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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