Til Death x Rules Of Engagement

Minhas férias forçadas da internet, além da falta de episódios novos para baixar e o repeteco típico de final de ano, me permitiram dar uma olhada em alguns lançamentos da tv a cabo nesse ano, e que não tinham me dado curiosidade nenhuma de ver.

Sobre Carpoolers eu já falei por aqui: se não for cancelado de primeira pode agradecer à greve dos roteiristas, pois o seriado não tem graça alguma, a premissa é muito fraca e as piadas… Bem, tem vezes que eu acho que nem piadas tem.

Samatha Who é bem engraçadinho, promete muito a medida que pega o ritmo e o elenco se entrosa, pena que bate de frente com Without a Trace nas segundas, e não dá para me imaginar trocando um pelo outro. O horário de reprise no fim de semana também não ajuda: domingos pela manhã. Falando em horário de reprise, esse não é o único seriado colocado em situação complicada, a grade de fim de semana da Sony e da Warner estão bem ruizinhas este ano. Quem sabe eu consiga acompanhar lá pela midseason, quando tudo começar a repetir.

Rules Of Engagement

Agora eu queria falar mesmo é de Rules Of Engagement, cuja notícia de que está na segunda temporada lá fora já conseguiu me deixar de queixo caído. Por que? Porque o seriado é ruim de doer.

O fato de ainda sobreviver pode ser creditado:

1. A paixão dos americanos por David Spade desde Saturday Night.

2. O fato do casal principal ser formado por Patrick Warburton, eternamente lembrado como namorado de Elaine em Seinfeld, e Megyn Price, que estrelou o bem engraçado Grounded For Life, que nunca chegou a pegar.

3. Os americanos terem mal gosto, M-E-S-M-O!

Acho que podemos considerar uma junção desses três fatores. Mas o que me parece mais inexplicável é o pessoal descer o pau em ‘Til Death e assistir a isso.

E por que inexplicável? Bom, considerando que a premissa dos dois seriados é a mesma, mostrar dois casais em diferentes fases de seu relacionamento e fazer graça com as diferenças de um e outro, ‘Til Death apresenta roteiro mais inteligente e um elenco mais simpático. Já Rules Of Engagement usa e abusa dos estereótipos do homem de quarenta metido a machão e do garoto saído dos vinte sem muita certeza de quem é ou o que quer.

Jeff passa cada episódio tentando dar uma de sabichão para Adam, que ainda não criou nem coragem de pedir em casamento a namorada, sendo que os dois acabaram de decidir morar juntos. Já Audrey, personagem de Megyn, parece só estar lá para mostrar que Jeff não é tão machão quando quer mostrar, suas cenas sempre mostram que, ou ele mentiu, ou ele exagerou algo e que no fundo é um ótimo marido.

Rules Of Engagement ainda conta com o personagem do macho que não firma relacionamento com ninguém e só aproveita a vida, personagem de David Spade. Ao invés de aproveitar o personagem para criar situações engraçadas parece que o destino dele é ser usado para mostrar que esse tipo de vida não leva a lugar nenhum, é vazio e coisa e tal, além de ser odiado pelas esposas de seus amigos. Prefiro a visão de Two And a Half Men, onde levando sua vida de fanfarrão Charlie se ferra bem menos que o irmão Alan certinho.

Em ‘Til Death os casais opostos são formados por Eddie e Joy, os ótimos Brad Garret e Joely Fisher, que já tem mais de 20 anos de casado, a filha na faculdade e se deram de presente quando fizeram quarenta anos o direito de não fazer exercícios físicos, comer porcaria e envelhecer em grande estilo (modo de ironia ligado, please).

A comparação entre Eddie e Robert de Everybody Loves Raymond seria inevitável, e os fãs mais apaixonados do antigo seriado podem pegar birra justamente por isso: Eddie é totalmente diferente. Ele é um cara que pode não ser um sucesso, se isso significar fama e fortuna, mas é um cara que tem um casamento feliz, teve uma vida feliz, não tem um irmão para fazer sombra, nem uma mãe neurótica. Mas do que tudo, Eddie não é um estereótipo. Se ele é machão e intransigente, ele precisa arcar com as consequências de ser assim.

Joy é sensacional! Eu ainda não tenho 40, mas agora só faltam 9 anos para tanto, mas espero chegar aos 40 como ela. Sacudida e feliz, ela lida muito bem com a chegada da idade e com a rotina do casamento. Que existe sim e só precisa ser um vilão se você deixar.

Eddie e Joy ganham novos vizinhos, um casal recém casado, podíamos dizer que ainda em fase de pura lua-de-mel, formado por Jeff e Steph – os jovens atores Eddie Kaye Thomas e Kat Foster não deixam nada a dever para o casal mais velho – ele que vem para o cargo de assistente da diretoria na escola em que Eddie dá aulas, ela tentando terminar sua tese de mestrado.

As loucuras de um casal ressaltam as loucuras do outro, pois não importa a fase: relacionamentos humanos são recheados de loucuras.

Eu sei que os fãs de ‘Til Death são poucos, mas eu diria para você dar uma chance ao seriado, ele é bom sim. Apenas não comece assistindo achando que vai dar de cara com uma continuação de Everybody Loves Raymond e tenho certeza que dará boas risadas.

‘Til Death

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Concordo com tudo o q disse sobre Til Death e mais ainda sobre Rules of Engagement, aliás estava pensando na semana passada em como essa série era ruim e desisti de ver, isso q adoro uma comédia americana, mas essa não dá.
    Apesar de vc citar pouco as comédias por aqui, gosto da sua opinião sobre elas.
    Abraço e feliz 2008!

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  2. Lourdes,

    Infelizmente não falo mais sobre comédias pois hoje são poucas boas de se ver né?

    Abraços procê tbm e um 2008 iluminado!

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  3. É verdade, mas ainda tem algumas que valem a pena, como The Office, My name is Earl, How I met your mother e gosto muito do Til Death. Nada com Friends e Seinfeld, mas não vou reclamar pq logo cancelam, daí sim é rezar para aparecer algo bom….

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