Law&Order: SVU: Alternate (09×01) e Avatar (09×02)

Law&Order: SVU é o mais badalado da franquia derivada do ótimo Law&Order. É o de maior audiência e também o mais premiado. E, quem sabe por tudo isso, a minha decepção com ele venha sendo tão grande. E sei que não sou a única, já que o Paulo, do Teleséries também falou sobre o assunto nesta semana.

Eu demorei a ter contato com o seriado, minha primeira tv a cabo tinha a Universal, mas eu só podia assistir ao Law&Order original, já que o outro ainda não havia estreado. Quando troquei de operadora fiquei sem a original, mas logo passei a ter Law&Order: Criminal Intent pela AXN, o meu preferido.

No início desse ano voltei a trocar de operadora só para poder ver o tal Dr. House de que tanto falavam e passei a acompanhar SVU, mais pelas reprises diárias do que pelos inéditos, sempre exibidos no fim de noite.

Se me empolgo assistindo as terceira, quarta, quinta temporada do seriado, não posso dizer o mesmo sobre o final da oitava, que acabei seguindo direitinho e até fiz as reviews aqui.

E o engraçado é que, no entremeio entre a temporada passada e essa muito se discutiu sobre a possibilidade do cancelamento da chamada mothership e de CI, mas o final de SVU nunca foi cogitado, mesmo quando Mariska e Meloni começaram a brigar com os produtores por aumento de salário e os produtores afirmaram que os dois eram dispensáveis, com Meloni declarando que o que queria mesmo era deixar o seriado, mas com todos se entendendo no final e assinando contrato para mais dois anos.

Pois acho que um final talvez fosse aconselhado (os fãs tenham calma nessa hora), já que os últimos três episódios da oitava temporada foram fraquíssimos e o começo da nona temporada está desanimador.

O primeiro episódio, Alternate (09×01), teve como único mérito à presença de Cynthia Nixon no papel de mulher que finge sofre do transtorno de múltipla personalidade. O andamento da história me lembrou muito do episódio Pretend (08×20), em que muita coisa é colocada na história para criar reviravoltas, e acabam sobrando pontas soltas e um desfecho corrido.

SVU Alternate Cynthia Nixon

Cynthia interpreta, muito bem, Janis Donovan, que aparece na delegacia declarando estar preocupada com uma paciente que poderia matar sua filha por sofrer de depressão pós-parto. No apartamento, Olívia e Stabler descobrem que a médica e a paciente são a mesma pessoa e ao longo do episódio muitas outras personalidades aparecem.

Quando a dupla crê que a mulher teria matado sua filha, surge a irmã dela, com a criança, afirmando que nada aconteceu, que tudo foi um engano. Sobra um psiquiatra com cara de pateta afirmando que ela não oferece risco a ninguém, resta o casal de pais das duas malucas morto em sua casa e Cynthia com minissaia e chiquinhas na sala de Stabler ameaçando sua esposa.

Ao final, descobre-se, apenas com uma foto de jornal da irmã de Janis, agora internada, que as duas teriam armado tudo isso por anos a fim de matar os pais abusivos, que não existe múltipla personalidade coisa nenhuma. Isso porque a foto mostrava um diploma da época da prisão da irmã por outros crimes. O povo é bom ou não é?

Como Janis não pode ser julgada duas vezes pelo mesmo crime, resta acusar sua irmã mais nova por conspiração e cumplicidade.

Ahh, você está pensando nos diversos, e ótimos, ganchos deixados no último episódio da temporada passa? Esqueça-os: o Capitão Cragen fica afastado apenas neste episódio e a sua volta se dá só porque Munch, que assumiu seu lugar, usou a mídia para localizar uma garota que nem estava desaparecida. Isso sem mencionar o fato de todos na delegacia criticarem Munch por assumir o cargo, ao invés de apoiá-lo. A questão de Olívia e seu irmão? Sei lá eu. Stabler voltou para casa e é isso.

O segundo episódio conseguiu ser ainda mais decepcionante. Em Avatar (09×02), a unidade chega a um apartamento onde uma garota é estuprada pelo namorado de sua irmã. Ele sofre de um distúrbio do sono de nome engraçado, em que ele ataca pessoas sexualmente enquanto dorme (??). Como não está consciente ele não pode ser responsabilizado por isso.

Fica a garota chorando e um pai revoltado, mas a questão é que a namorada, Rachel, desapareceu. Em mais uma investigação em que vários pontos não são explicados (como eles chegam a cada conclusão se torna um mistério para mim), Olívia e Lake, agora no elenco depois de ter ajudado em alguns episódios na oitava temporada, chegam à conclusão que o sumiço da garota teria a ver com sua participação em um jogo virtual, que ganhou o ridículo nome de Other Universe – OU, referência ao Second Life.

Ao contrário dos roteiristas de CSI:NY, que entregaram um episódio super empolgante sobre o Second Life, em SVU as coisas ficaram rocambolescas. E, pior, previsíveis. Ou você, na hora em que Olívia e Lake chegam à livraria, não teve certeza que o velhinho estava por trás da confusão toda?

SVU Avatar

A foto da menina no apartamento dele, idêntica ao Avatar de Rachel, com uma lista de atividades grudada atrás, que levaram direto ao ponto, foi o pior. Só faltou o bandidão colocar uma seta sobre sua cabeça com os dizeres “Iuhu! Me prendam! Fui eu, fui eu!”.

Todo o episódio acabou sendo corrido, as conclusões precipitadas, o uso desse novo mundo virtual, que oferece tanto para o uso dos roteiristas, sub-aproveitado.

Li algumas pessoas falando sobre a atuação de Meloni, bastante criticado pelos dois episódios, mas acho que o real motivo de tanta decepção se deve às falhas de roteiro.

E justamente um dos pontos que sempre chamou a atenção por sua qualidade, em qualquer uma das franquias.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. “O primeiro episódio, Alternate (09×01), teve como único mérito à presença de Cynthia Nixon no papel de mulher que finge sofre do transtorno de múltipla personalidade.”

    curioso: em house [ep 2×09 – deception, exibido em 2005 ] cynthia nixon interpreta uma mulher com síndrome de munchausen, uma pessoa que finge ter doenças para receber atenção.

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